quarta-feira, 15 de junho de 2016

PARnamirim/RN é assim

PARnamirim/RN é assim



Coisas de PARnamirim, que aconteceram assim. Na região conhecida como tabuleiro de Parnamirim, surgiu o campo de Parnamirim, e tornou-se Parnamirim Feeld. Mais tarde, anos depois, foi implantado ali o aeroporto de Natal, lembrando um filho de Macaíba/RN, Augusto Severo (precursor dos dirigíveis), que teve seu busto homenageado, com uma coroa de flores jogada na passagem do Zepelim, sobre a capital Natal. Hoje o aeroporto em São Gonçalo lembra um político.

A cidade de Parnamirim surge do pouso de aviões. Aviões que fizeram escalas e ninhos. Aviões com pares de asas e pares de motores, muitos com um par de aviadores. Primeiro pousaram os franceses com um correio aéreo postal (Aeropostale), transportando cartas e malotes com aviões da Primeira Guerra. Os franceses e suas bandeiras com três cores, chegou a Air France. Depois chegaram os americanos com uma base aérea militar, transportando bombas e petardos, para o outro lado do mundo. Também com bandeiras com três cores, tal como os franceses. Histórias da Segunda Guerra.

Depois de tantos pousos e decolagens, a cidade merecia um destaque, a cidade que inclusive já teve nome de brigadeiro candidato à presidência, e inspirador de nome dado a docinhos, durante a sua campanha. A cidade tentou por um tempo fazer voos mais altos e ser uma cidade espacial. Com lançamentos e voos não tripulados, e que não voltavam, eram apenas rastreados, para uma coleta de dados, a partir de um ponto privilegiado. E foi-se o tempo dos militares, perdeu a patente de brigadeiro e tornou-se novamente Parnamirim, chegou ao aeroporto comercial ou civil.

Parnamirim/RN divide com Natal/RN, uma participação do Brasil na Segunda Grande Guerra Mundial. Hoje divide com Alcântara/MA, o lançamento de foguetes para explorar a estratosfera. Recentemente passou a dividir com São Gonçalo do Amarante os pousos de aviões comerciais, com destino à capital estadual, que não tem quintal, não tem zona rural. O aeroporto localizado em Parnamirim, ficou como segunda opção de pouso para os aviões que se dirigem a Natal (NAT). A opção de ser usado quando há um problema na pista de São Gonçalo do Amarante (SBSG), ou uma opção para aqueles que querem viajar escondido e sair bem disfarçado. Opção para aqueles que chegam em comitivas, e não querem ser importunados.

Em Parnamirim já pousaram aviões civis e militares. O aeroporto de Parnamirim tinha duas siglas de reconhecimento nacional e internacional, uma da IATA outra da ICAO. Poderia ser reconhecido por empresas aéreas, e por cartas aeronáuticas como NAT e SBNT, e lá está localizada a BANT, a sigla da FAB, a aeronáutica militar brasileira.

A cidade vizinha a Natal é assim: Uma cidade com dualidades, dicotomias e disritmias. Coisas de pares em um só lugar, ou aqui e acolá. Há pelo menos dois lugares para serem confundidos, no mesmo espaço, um se chama Parnamirim e outro Nova Parnamirim. A dicotomia do velho e do novo. O velho espaço ainda sobrevivente, e o novo tentando ser puro e novo, inclusive com um pedaço chamado Cidade Verde, e outro chamado de Eucaliptos. E nos dois espaços com ares ecológicos há enormes edifícios plantados, com pistas de asfalto, infestadas de carros lembrando carreiras de formigas.

Em Nova Parnamirim há duas ruas principais ligando a BR a outra avenida principal, um par de ruas chamados simplesmente pelo primeiro nome, a Maria Lacerda ou simplesmente Maria e Abel Cabral, ou somente Abel. A rua que liga as extremidades de Maria e Abel, opostas a BR é Ayrton Senna, que tem metade em Parnamirim e outra metade em Natal, dizem ser uma rodovia estadual. Os transportes coletivos da cidade com itinerário de circulares, costumam ir Maria e voltar Abel, ou ir Abel e voltar Maria, uma mudança sexista tão comum no dia a dia, nascendo um e tornando-se outro, ao longo da vida ou ao longo do percurso da viagem.

A cidade de Parnamirim é ligada a Natal por um par de trilhos, e por este par de trinos passam veículos férreos aos pares. Há dois tipos de veículos circulando sobre os pares de trilhos: um é chamado de VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, silencioso e com ar condicionado. E o outro, é ainda a velha locomotiva lenta e fumacenta, puxando vagões escancarados e distiorados (gíria local). O velho e novo sobre os velhos trilhos, parando em estações muito malconservadas, tentando ser reformadas. Entre Natal e Parnamirim, há um par de bairros chamados cidades. Um se diz uma cidade da esperança, e outro se acha uma cidade satélite, girando ao redor de duas cidades. Também há dois Alecrins, o número I e o número II. Entre os alecrins e os bairros chamados de cidades, há um bom pastor.

Por via rodoviária entre Natal e Parnamirim, também há um par de pistas, enquanto uma vai a outra vem. Há dois tipos de transportes coletivos circulantes, o tradicional ônibus e o chamado de alternativo. As duas empresas de ônibus têm nomes relacionados a Segunda Guerra, uma com um nome bem brasileiro e o outro com o nome bem americano. Um par de passarelas sobre o par de longas e largas pistas, dificulta quem anda só com as duas pernas.

Natal só possui zona urbana, uma cidade sem quintal. Enquanto Parnamirim tem zona urbana e zona rural. Excluindo a parte da cidade de Parnamirim, há dois tipos de lugares para uma casa de final de semana, uma na praia e outra na roça. Tal como Natal, Parnamirim possui um bairro chamado de Santos Reis. A faculdade potiguar aparece em todo lugar. Onofre Lopes em uma é nome de bairro, enquanto na outra é nome de hospital. Parnamirim possui um acidente geográfico chamado de ponta, a ponta do Cotovelo, contrapondo com a ponta do Calcanhar em Touros/RN. Natal e Parnamirim dividem o espaço do litoral, e dos limites do paquiderme norte-rio-grandense, o espaço final oposto a tromba em Paus dos Ferros e Alexandria. Venha ver.

Parnamirim tem Pirangi do Norte e Pirangi do Sul, e para os que não tem praia, sobrou o Pirangi de Dentro. Lembrando a gastronomia praiana entre os pirangis das praias, avistamos três grandes edifícios com cores conclusivas e alusivas, para denomina-los de maionese, ketchup e mostarda, lembranças da gastronomia e sanduicharia americana. Parnamirim colabora com os temperos das praias, com o sol e o mar.

E assim vai crescendo PARnamirim, aos pares, disputando a liderança de segunda cidade do estado. Enquanto Mossoró e Natal disputam o primeiro lugar, na cultura e na densidade.



Em Parnamirim/RN, 25/08/15

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Textos publicado em:

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